domingo, 23 de abril de 2017

Peacock room

Dentre as coisas que me causam maravilha, a Sala do Pavão, no museu Freer, tem um lugar especial. Fui pesquisar o assunto e descobri que Charles Lang Freer (1854-1919) e James McNeill Whistler (1834-1903) mantiveram uma bela amizade, apesar da distância em anos e condição social. Freer era já o magnata dos carros de trem quando conheceu o pintor e logo se dedicaria apenas à sua fortuna e sua coleção de arte. As cartas que ambos trocaram foram publicadas em 1995: With Kindest Regards (1890-1903), editadas por Linda Merrill, em uma publicação do Smithsonian. Freer tinha legítimo entusiasmo com a arte de Whistler, mas a correspondência entre os dois tem algo de comercial, cauteloso e meio distante. O pintor tinha fama de temperamental e Freer, por seu lado, era uma pessoa reservada.

A Introdução acaba preenchendo os espaços vazios deixados pelas cartas. Tecnicamente, para os padrões do século XIX, Whistler estava em seus últimos anos e Freer começava a aproveitar seu tempo e dinheiro. A amizade em torno da obra era o real conteúdo dessa relação respeitosa e também interessada. Na história da arte, um evento raro.