sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Jacopo Barozzi, dito o Vignola

O título do livro do Bruno Adorni (Skira, 2008) nem chega a tal detalhe, dizendo apenas o nome com sua cidade: Jacopo Barozzi da Vignola. Não é uma obra erudita, mas um resumo belamente ilustrado da erudição que se acumula em torno do arquiteto da villa em Caprarola e de tantas outras obras excepcionais. Sou, como já registrei nas duas versões desse blog, obcecado com uma de suas criações, a Villa Giulia, atual Museu Etrusco. O ninfeu é do Ammanati, mas o prédio côncavo, com suas colunas inteligentes é criação de sua mente. Adorni registra que, ao final de sua carreira, as relações com os Farnese e seu próprio êxito profissional se transformaram em obstáculo: suas soluções eram límpidas e irrefutáveis, quando os comitentes já procuravam o obscuro e o polêmico. Restou, contudo, seu domínio de uma linguagem omnipresente: as Regras, hoje visíveis em prédios por todo o planeta. Em suas cartas, vemos um homem honesto, trabalhador, discreto e capaz de encarar a ingratidão com bonomia. No meio de tantos gênios turbulentos, alguém que levava Euclides para o mundo material.

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